Paterniano
Gabriel de Oliveira, o Toroca, como era popularmente conhecido, foi um dos
antecedentes da família Souza e Gabriel. Ele nasceu no fim do século passado, na
Fazenda Lavras, que fica entre Rosa Benta e Dias Coelho, naquela época ainda
Brejinho. Dentre seus irmãos citamos Venceslêncio, Eduardo, Olaviano, Otaviano,
Terbuliano, Rosa e Maria, esta última a mãe de Edelvina Miranda, Pequena, genitora de Octaviano e irmãos. As suas três sobrinhas
órfãs vieram a se casar com três irmãos da Família Gonçalves e fixaram
residência e construíram famílias na Fazenda Palmeira em Morro do Chapéu.
Com a viuvez
precoce da irmã Maria foi ele quem ajudou a criar os quatro sobrinhos órfãos
quando ele era ainda menor de idade dada à invalidez do seu pai. Foi também
sanfoneiro, cujo primeiro instrumento foi comprado na Vila do Ventura e, ainda,
um poeta tendo algumas das poesias sido editadas nos primeiros números do
Correio do Sertão por influência do seu primo Honório de Souza Pereira. Como homem de
negócios saia a cavalo para comprar gado em distantes localidades como América
Dourada, Caraíbas (hoje Irecê), Cafarnaum e Barra do Mendes, dentre outros,
deixando por onde passou um bom círculo de amizade.
Paterniano, o
Toroca, foi um cidadão influente no povoado de Brejinhos, hoje Dias Coelho,
onde exerceu os cargos de Delegado Escolar e de Escrivão de Registro Civil,
fazendo um manifesta contra o fiscal por cobrar altos impostos dos cidadãos
daquela localidade. Foi um autodidata, vez que cursou apenas poucos meses de
escola na então Canabrava, atualmente Miguel Calmon, tendo deixado um
manuscrito, um diário, relatando passagens da sua vida e narrando fatos
políticos e sociais da época, dentre os quais o seu relacionamento com o
Coronel Dias Coelho, a quem ele muito venerava, e, faz referência à ajuda que
conseguiu junto ao povo daquele povoado para a construção da monumental torre
da matriz de Nossa Senhora da Graça em Morro do Chapéu.
Deixou escrito
também, que no meio do caminho de uma das suas viagens a Morro do Chapéu para
resolver assuntos como escrivão, ficou sabendo da morte de Dias Colho, tendo participado
do sepultamento daquele que para ele foi o maior homem público de Morro do
Chapéu.
Escrito por Octaviano Oliveira,
seu neto sobrinho.